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HZ 466 / B – Mito e Ritual. Noturno
Prof. Mauro W. B. de Almeida. Profa. Assistente: Beatriz Labate
Agosto a dezembro de 2001

Aula 1. 10 de agosto. Apresentação do curso

Aula 2. 17 de agosto. Xamanismo: definição geral e história do conceito
Langdon, Jean (org.). Xamanismo no Brasil: Novas Perspectivas. Florianópolis, Editora da UFSC, 1996. Ler a “Introdução: Xamanismo – Velhas e Novas Perspectivas”, pp. 9-37.
Eliade, Mircea. O Xamanismo e As Técnicas Arcaicas do Êxtase. São Paulo, Martins Fontes, 1998. Ler o cap. 4, “Iniciação xamânica”, pp. 131-167.
Leitura complementar
Eliade, Mircea. O Xamanismo etc. Ler cap. 1 “Generalidades. Métodos de recrutamento. Xamanismo e vocação mística”, pp. 15-47; cap. 8, “Xamanismo e cosmologia”, pp. 287-317; cap. 9, “Xamanismo nas Américas”, pp. 319-368 e cap. 13, “Mitos, símbolos e ritos paralelos”, pp. 505-535.
Atkinson, Jane. "Shamanisms Today". In: Annual Review of Anthropology, vol. 21, 1992, pp. 307-330.
Hultkrantz, Ake. “El Chamanismo: Un fenómeno religioso?”. Em Gary Doore (org.). El Viaje del Chamán. Curacíon, Poder y Crescimiento Personal. Barcelona, Editorial Kariós, 1989, pp. 57-67.
Aula 3. 24 de Agosto. Xamanismo e psicoativos na América do Sul, I
Elsje Lagrou. Uma Etonografia da Cultura Kaxinawá. Entre a Cobra e o Inca. Florianópolis, Dissertação de Mestrado, UFSC, 1991. Ler o cap. 3, “Xamanismo”, pp. 27-47 e cap. 13, "Grafismo (dami) e xamanismo (kene): Rito & Mito”, pp. 164-182. [Kaxinawá – Brasil]
Luz, Pedro. “O uso ameríndio do caapi”. Em Beatriz Labate e Wladimyr Sena Araújo, O Uso ritual da Ayahuasca, Campinas, Mercado de Letras, no prelo [revisão bibliográfica sobre xamanismo ayahuasqueiro sul-americano]
Leitura complementar
Luz, Pedro. Estudo comparativo dos complexos ritual e simbólicos associados ao uso da Banisteriopsis caapi etc. Rio de Janeiro, Dissertação de mestrado, UFRJ (Museu Nacional), 1996.
Freitas, Eliane Tânia. Contra a vida breve. A água da vida o sangue do Yagé e o vento do tabaco. Dissertação de Mestrado PPGAS/UFRJ, 1996.
Aula 4. 31 de agosto. Xamanismo e psicoativos na América do Sul, II
Reichel-Dolmatoff, G. El Chamán y el Jaguar. Siglo Ventiuno editores, 1975 (original em inglês). Ler cap. 7 “Mito y Ritual”, pp. 136-157 e cap. 8 “Una sessión de Yagé”, pp. 158-180. [Tukano – Colômbia]
Harner, Michael. “El ruido del agua que corre”. Em: Michael Harner (org.), Alucinógenos y Chamanismo, Madrid, Ediciones Guadarrama, Punto Omega, 1976, pp. 26-37. [Shuar – Equador]
Kesinger, Kenneth. “El uso del Banisteriopsis entre los cashinahau del Perú”. Em Alucinógenos y Chamanismo, pp. 20-25. [Kaxinawá – Peru]
Leitura Complementar
Harner, Michael. Shuar. Pueblo de las Cascadas Sagradas. Quito, Ed. Mundo Shuar, 1978. Ler cap 4 “El mundo Oculto” (pp. 125 –157). [Shuar – Ecuador]
Baer, Gehard. “Religion y chamanismo de los Matisgenka”. Amazonia Peruana, vol II, 4, 1979, pp. 101-138. [Matsigenka – Peru]
Weiss, Gerald. Chamanismo y sacerdocio a la luz de la ceremonia del ayahuasca entre los campa”. Em Alucinógenos y Chamanismo, pp. 51-58 [Campa – Peru]
Feriado. 7 de setembro.
Aula 5. 14 de setembro. Xamanismo e psicoativos na América do Sul, III
Palestra Robin Wright. Tema: viagens xamânicas com pariká e tabaco; o lado oposto do xamanismo: bruxos, os "donos de veneno".
Bibliografia original da aula (como referência)
Gow, Peter. “River People: Shamanism and History in Western Amazonia”. In: Shamanism, History and the State. Thomas, Nicholas & Humphhrey (eds.). Ann Harbor, The University of Michigan Press, 1996, pp. 90-113 [história do xamanismo].
Luna, Luis Eduardo. Vegetalismo: Shamanism among the Mestizo Population of the Peruvian Amazon, Stockholm, Sweden, Almquist and Wiksell International, 1986. Ler cap. 3 “Shamanic Initiation and Plant Teachers”, pp. 43-71; cap. 5 “The Gifts of the Spirits: the magic melodies and the magic phlegm” (pp. 97-118) [vegetalismo – curandeiros peruanos]
Chaumeil, Jean Pierre: “Chamanismo Yagua”. Amazonia Peruana, vol II, 4, 1979, pp. 35-69.
Leitura Complementar
Chaumeil, Jean Pierre. Ver, Saber, Poder. El Chamanismo de los Yagua de la Amazonia Peruana. CAAP, IFEA y CEA-CONICET, Lima 1998. Ler cap. 1, “La practica chamanica, pp. 75-165, cap. 2, “El chamanismo y la vision del mundo”, pp. 167-229, cap. e “El chamanismo y la visión del grupo”, pp. 243-264, cap. 4, “El Chamanismo y la enfermedad”, pp. 279-325.
Dobkin de Rios, Marlene. Visionary Vine. Hallucinogenic Healing in the Peruvian Amazon. San Francisco, Chandler, 1972. [vegetalismo – curandeiros peruanos]
Aula 6. 15 de setembro (reposição). Ayahuasca e perspectivismo
Viveiros de Castro, Eduardo. “Os pronomes cosmológicos e o perspectivismo ameríndio”. Mana, vol. 2, número 2, 1996, pp. 115-144.
Lima, Tânia. “O dois e seu múltiplo: reflexões sobre o perspectivismo em uma cosmologia tupi”. Mana, vol. 2, número 2, 1996, pp. 21-47.
Leitura complementar
Overing, Joana. “O Xamã como construtor de mundos: Nelson Goodman na Amazônia”. In: Revista Idéias, Revista do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Campinas, Unicamp, ano I, nº 2, jul/dez 1994.
Aula 7. 21 de setembro. Santo Daime: xamanismo coletivo?
Cemin, Arneide. Ordem, Xamanismo e Dádiva: o Poder do Santo Daime. Tese de doutorado, São Paulo, USP, 1998. Ler “Há “Xamanismo” entre nós?”, pp. 43-68 e” [Alto Santo como xamânico, CEFLURIS não pois ocorre a possessão].
MacRae, Edward. Guiado pela Lua: Xamanismo e Uso Ritual da Ayahuasca no Culto do Santo Daime. São Paulo, Ed. Brasiliense, 1992. Cap. 6: “Dos solitários vegetalistas ao xamanismo coletivo do Santo Daime”, pp. 127-139 [Santo Daime como xamanismo coletivo, citando obra de LaRoque Couto].
Groisman, Alberto. Eu Venho da Floresta. Um Estudo do Contexto Simbólico do Uso do Santo Daime. Ed. da UFSC, Florianópolis, 1999. Cap. 8: “Pensamento e ação daimista: xamanismo e praxis xamânica”, pp. 121-129 e conclusões, pp. 131-134 [Santo Daime como práxis xamânica].
Afonso, Carlos Alberto. “Paródia sacra”. Manuscrito, sem data [Santo Daime como autorepresentação xamânica mas não como xamanismo].
Aula 8. 28 de setembro. Xamanismo: transe x possessão x vôo astral
Lewis, Ioan. Êxtase Religioso: um Estudo Antropológico da Possessão por Espírito e do Xamanismo. São Paulo, Ed. Perspectiva, 1977. Ler cap. 1 “Por uma sociologia do transe”, pp. 17-37 e cap. 2 “Transe e possessão”, pp. 39-77.
Harner, Michael. O caminho do xamã: um guia de poder e de cura. São Paulo, Editora Pensamento, 1989. Ler o cap 1, sobre estados xamânicos de consciência.
Leituras complementar
Sullivan, Lawrence. Icanchu’s Drum: An Orientation to Meaning in South American Religions. New York, Macmillan, 1988. Ler cap.7, “Especialists”, pp. 386-466.
Rouget. Gilbert. Music and Trance. A Theory of the Relations between Music and Possession. Chicago and London, The University of Chicago Press, 1987. (original: La musique et la trance, Galimard 1980, Paris). Ler cap. 1, “Trance and possession”, pp. 3-62; cap. 2, “Music and Possesion”, pp. 63-124; cap. 3 “Music, Shamanism, Mediumship, Exorcism”, pp. 125-166.
Machado, Paulo T. Gestos de Cura e seu Simbolismo. Dissertação de Mestrado, USP, 1994. Ler cap. 3, “Os estados especiais de consciência: xamanismo, possessão e estados de transe”, pp. 53-81.
Aula 9. 5 de outubro. Barquinha e Umbanda no Daime
Sena Araújo, Wladimyr. Navegando Sobre as Ondas do Daime: História, Cosmologia e Ritual da Barquinha. Campinas, Editora da UNICAMP, 1999, pp. 166-176,186 a 194, (210-219 - complementar), 220-241.
Guimarães, Maria L. Umbanda e Santo Daime “Lua Branca” de Lumiar”. Em: Pentecostes e Nova Era: fronteiras, passagens. Rio de Janeiro, ISER/ Religião e Sociedade. 17/1-2,1994. pp. 124-139.
Leitura Complementar
Guimarães, Maria Beatriz Lisboa. “A “Lua Branca” de Seu Tupinambá e de Mestre Irineu: Estudo de caso de um terreiro de umbanda”. Tese de Mestrado em Ciências Sociais, Rio de Janeiro, UFRJ, 1992.
Monteiro da Silva, Clodomir. “O uso Ritual da ayahuasca e o reencontro de duas traidções. A miração e a incorporação no culto do Santo Daime”. Em: Beatriz Labate & Wladimyr Sena (orgs.), O Uso Ritual da Ayahuasca.
Feriado. 12 de outubro
Aula 10. 19 de outubro. As visões do transe xamânico são culturalmente construídas?
Reichel-Dolmatoff, Gerard. “The Cultural context of an aboriginal hallucinongen: Banisteriopsis caapi”. Em: Peter Furst (org), Flesh of the Gods. The ritual use of hallucinongens. Illinois, Prospect Heights, 1972, pp. 84-113 [haverá também disponível uma versão do mesmo texto em espanhol]
Gebhart-Sayer, Angelika. “Una Terapia estética. Los diseños visionarios de Ayahuasca entre los Shipibo-Conibo”. Revista América Indígena, Vol. 46, n. 1.
Leitura Complementar:
Shanon, Benny. “Ayahuasca and the study of mind”. Em: Beatriz Labate & Wladimyr Sena Araújo (orgs). O Uso Ritual da Ayahuasca. Campinas, Mercado de Letras, no prelo.
Naranjo, Claudio. “Aspectos psicológicos de la experiencia del yagé en una situación experimental”. Em: Michael Harner, Alucinógenos y Chamanismo, pp. 187-204.
Langdon, Jean. “Yagé Among the Siona: Cultural Patterns in Visions”. Em David L. Browman and Ronald A Schwarz. Visions in spirits, shamans and Stars, Ed. The Hague, Mouton Publishers, 1979, pp. 63-80.
Aula 11. 26 de outubro. Neoxamanismo urbano.

Labate, Beatriz. A Reinvenção do Uso da Ayahuasca nos centros urbanos. Mestrado em Antropologia Social, Unicamp, 2000. Ler capítulo 4 “A rede urbana de consumo da ayahuasca”, pp. 291- 350.

Magnani, José Guilherme. Mystica Urbe. Um estudo antropológico sobre o circuito neo-esoterico na metrópole. São Paulo, Studio Nobel, 1999, pp.9-22, 39-55, 65-97.
Metzer, Ralph. Ayahuasca. Hallucinogens, Consciousness and the Spirit of Nature. Thunder's Mouth Press, NY 1999. Ler capitulo 1 “Amazonian Vine of Visions”, pp. 1-45, e capitulo 5, “Conclusions, Reflections and Speculations, pp. 276-291 (principalmente último capítulo).
Leitura Complementar
Joan Halifax: Voci Sciamaniche. Rassegna di Narrativa Visionaria. Milano, Ed. Rizzoli 1982 (original: Shamanic Voices. A Survey of Visionaries Narratives, New York, Dutton, 1979). Ler capitulo 1, “Lo sciamano”, pp. 11-40.
Walsh, Roger. “Comparing States: Shamanism, Schizophrenia, Buddhism and Yoga”. Em: The Spirit of Shamanism. New York, G.P. Putnam’s Sons,1990, pp. 223-232.
Doore, Gary. “Chamanes, yoguis y bodisatvas”. Em Gary Doore, El Viajén del Chaman..., pp. 294-305.
McKenna, Terence. The Archaic Revival, Harper 1991, San Francisco.
Feriado. 2 de novembro
Aula 12. 9 de novembro. O pesquisador no campo dos estudos da consciência. Entrega dos artigos dos grupos (versão preliminar).

Labate, Beatriz. A Reinvenção do Uso da Ayahuasca nos centros urbanos. Mestrado em Antropologia Social, Unicamp, 2000. Ler “O pesquisador como objeto e alguns problemas da etnografia no estudo antropológico dos enteógenos”, pp. 5-28
Taussig, Michael. Xamanismo, Colonialismo e o Homem Selvagem. São Paulo, Editora Paz e Terra, 1993. Ler Capítulo 7 “Uma história de sorte e infrotúnio”, pp. 143-165.
Pasquarelli Jr., Vital. “Diálogo e pensamento por imagem. Etnografia e iniciação em Las enseñanzas de Don Juan, de Carlos Castañeda”. In: Revista Brasileira de Ciências Sociais, nº 29 [“defesa” de Castañeda].

Leitura complementar

Churchill, Ward. Fantasies of the Master race. Literature, Cinema and the Colonization of American Indians. Ler: “Carlos Castaneda. The Greatest Hoax Since Pildown Man”, San Francisco, City Lights Books, pp. 27-65 [“crítica” de Castañeda]

Castañeda, Carlos. A Erva do Diabo. Petrópolis, Record, 1968.

Expediente suspenso. 16 de novembro.
Aula 13. 23 de novembro. Seminario dos alunos I
Os grupos farão a exposição dos artigos cuja versão preliminar circulou no dia 9 através da rede. Sugestões de temas: usos tradicionais ou modernos, xamânicos ou religiosos das seguintes substâncias: Iboga (África central); Peyote (México); Jurema (Brasil); Tabaco (América do Sul); São Pedro (Peru); Coca (América do Sul); Cogumelos (México).
Aula 14. 30 de novembro. Seminário dos alunos II.
Aula 15. 7 de dezembro. Encerramento do curso.
Dia 14 de dezembro. Entrega dos artigos (versão final).
Avaliação
Os alunos deverão reunir-se em grupos de 4 pessoas. Cada grupo selecionará um tema relativo às aulas do curso. O grupo deve reunir-se ao longo do semestre e preparar um artigo. O artigo será elaborado, sobretudo através de uma revisão bibliográfica; em casos especiais, pode contar com um pequeno trabalho de campo também. Durante o semestre os alunos devem se reunir com a Bia para definir a bibliografia específica. O texto preliminar deve ser entregue duas semanas antes do final das aulas, colocado na rede de e-mails da turma. Idealmente, durante as próximas duas semanas, todos deverão ler o trabalho dos demais colegas. Comentários por escrito sobre o trabalho de cada grupo serão bem-vindos. Nas duas últimas aulas os todos os textos serão apresentados brevemente por uma pessoa do grupo, com discussão por todos e sugestões para aperfeiçoamento do texto visando à redação da versão final. Os alunos deverão refazer o artigo seguindo as sugestões, entregando a versão final corrigida conforme o calendário acima. Dependendo da qualidade dos artigos, será pensada a edição de um pequeno livro como resultado final do curso, a ser publicado dentro do IFCH, ou transformado numa apostila para o próximo curso.

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