Drogas
e Cultura: novas perspectivas. Salvador, Edufba, 2008.
Organizadores
Beatriz Caiuby Labate, Sandra Goulart, Maurício Fiore,
Edward MacRae e Henrique Carneiro
O
consumo de substâncias psicoativas é fenômeno
recorrente e disseminado em diversas sociedades humanas, entretanto,
os modos pelos quais essa existência e esses usos são
concebidos e vivenciados variam histórica e culturalmente.
Foi pensando nisso que o livro Drogas e cultura: novas perspectivas
foi criado. A obra expressa a valorização do papel
das ciências humanas na reflexão sobre o tema drogas
e, paralelamente, procura relacionar esta análise a um
extenso conjunto de discussões. Revela que o tema deve
ser abordado através de uma perspectiva multidisciplinar
considerando não só seus aspectos farmacológicos
e psicológicos, mas, também, socioculturais.
Guiado
pela Lua. Xamanismo e uso ritual da ayahuasca no culto do Santo
Daime. São Paulo, Brasiliense, 1992
Edward MacRae
Resultado de um trabalho de campo de muitos anos junto aos grupos
religiosos do Santo Daime, com diversas viagens do autor à
Amazônia e ao Céu do Mapiá onde está
sediada a comunidade mais importante do Santo Daime, este livro
pioneiro foi um dos primeiros a constituir o campo de estudos
antropológicos sobre os usos religiosos da ayahuasca e
a influência do xamanismo amazônico na cultura brasileira.
El
Santo Daime y la espiritualidad brasileña. Quito, Ediciones
Abya-Yala, 2000
Edward MacRae
Este livro relata a história das religiões do
Santo Daime, a partir do tronco criado por Raimundo Irineu Serra
nos anos 30, seguido pelo Padrinho Sebastião, e enfoca
os principais questões teóricas do uso de psicoativos
na antropologia das religiões, destacando as relações
do culto e da doutrina do Daime com outras vertentes da religiosidade
brasileira como as religiões mediúnicas em geral
e o kardecismo em particular.
Rodas
de fumo: o uso da maconha entre camadas médias urbanas.
Salvador, Editora da Universidade Federal da Bahia, 2000 (2a.
edição, 2004)
Edward MacRae e Júlio
Assis Simões
Este estudo toma por objeto um uso social específico da
maconha: entre pessoas das camadas médias urbanas formalmente
integradas à sociedade de consumo e ao mercado de trabalho,
no pleno gozo de sua sanidade física e mental. Inicialmente,
os autores procuram delimitar o tema à luz de dados sociológicos
e históricos referentes ao uso da maconha no Brasil. Em
seguida apresentam os resultados de uma pesquisa qualitativa envolvendo
observação participante e entrevistas com usuários
habituais e controlados de maconha em duas cidades brasileiras,
São Paulo e Salvador, Na análise destacam-se, entre
outros, dados sobre iniciação ao consumo, percepção
dos efeitos, desenvolvimento de controles informais do uso, estratégias
de aquisição e associação do uso com
outras atividades. Com base nesse material, os autores argumentam
em favor da importância de se considerar o ponto de vista
dos usuários de substâncias psicoativas para se obter
uma compreensão mais abrangente do "problema das drogas",
além da consideração unilateral de seus efeitos
farmacológicos, e dessa forma, contribuir para uma ação
educativa e preventiva mais eficiente.
Filtros,
Mezinhas e Triacas: as drogas no mundo moderno. São Paulo,
Xamã Editora, 1994
Henrique Carneiro
Apresentada como dissertação de mestrado em 1993,
no Departamento de História da USP, este livro traz um
estudo comparativo do saber e da moral da época moderna
sobre o consumo das drogas. Utiliza como fontes os herbários,
especialmente o Colóquio das Drogas de Garcia da Orta (1563),
além de tratados, cartas e crônicas dos viajantes,
naturalistas e estudiosos das plantas nos Novos Mundos encontrados
na expansão marítima européia e que tornaram-se
parte do novo saber natural que emergia nesse período de
construção da primeira ordem globalizada em que
efetuavam-se intercâmbios de plantas, de animais, de minerais,
de pessoas e de idéias. www.xamaeditora.com.br
A
Igreja, a Medicina e o Amor: prédicas moralistas da época
moderna em Portugal e no Brasil. São Paulo, Xamã
Editora, 2000
Henrique Carneiro
Por séculos o amor vem sendo prisioneiro da Igreja e da
Medicina, considerado pecado e doença, interrogado e confessado,
submetido ao rigor das penitências e dos tratamentos. Remédios,
sangrias, aparelhos e cirurgias foram utilizados para tentar aplacar
o vulcão da luxúria. Na trilha dos descobrimentos
portugueses, o moralismo estóico e cristão defrontou-se
com as múltiplas irrupções de Eros sem nunca
poder vencê-lo. Neste livro investiga-se a história
das moralidades modernas sobre a paixão, o amor e a sexualidade.
Amores
e sonhos da flora. Afrodisíacos e alucinógenos na
botânica e na farmácia. São Paulo, Xamã
Editora, 2002
Henrique Carneiro
Originalmente apresentada como uma tese de doutoramento na USP
em 1997, este livro rastreia a construção social
das noções desenvolvidas na Era Moderna acerca do
uso de diferentes plantas. A botânica e a farmácia
nascem, então, como ciências inextricavelmente ligadas,
cuja motivação principal é a busca de novas
drogas. Seus usos, além da cura de doenças ou lesões,
também visavam aos domínios do sexo, do sonho, do
transe, da alucinação, da morte e do prazer. Recebiam,
assim, especial atenção as plantas consideradas
afrodisíacas, anafrodisíacas e alucinógenas.
Comida
e Sociedade: uma história da alimentação.
Rio de Janeiro, Editora Campus, 2003
Henrique Carneiro
A alimentação é, após a respiração
e a ingestão de água, a mais básica das
necessidades humanas. Mas como "não só de
pão vive o homem", a alimentação,
além de uma necessidade biológica, é um
complexo sistema simbólico de significados sociais, sexuais,
políticos, religiosos, éticos, estéticos,
etc. Este livro destaca dentre todos os aspectos da cultura
material, a alimentação como um dos que mais se
encontra subjacente a toda esfera da atividade humana.
Pequena enciclopédia
da história das drogas e bebidas: histórias e
curiosidades sobre as mais variadas drogas e bebidas. Rio de
Janeiro, Campus/Elsevier, 2005
Henrique Carneiro
O livro que traz um conjunto
de cerca de 140 verbetes sobre diferentes substâncias
psicoativas enfocando o seus significados culturais, sociais
e econômicos ao longo da história. Inclui bebidas
alcoólicas fermentadas e destiladas, fumos e resinas,
alucinógenos vegetais, mastigatórios e bebidas
excitantes, e substâncias sintéticas e definições
psicofarmacológicas.
Álcool
e Drogas na História do Brasil. Belo Horizonte/São
Paulo, Editora da PUC/Alameda, 2005.
Organizadores
Renato P. Venâncio
Henrique S. Carneiro
Esta coletânea,
com catorze textos de dezessete autores, publica os resultados
do Simpósio "Álcool e drogas na história
do Brasil", realizado na Universidade Federal de Ouro Preto,
no ICHS, em Mariana, em junho de 2003.
Do cauim e dos remédios de antigos boticários
ao sacramento de religiões mestiças que usam alucinógenos
em rituais devocionais, passando pelo uso do vinho nas práticas
de sedução e da aguardente nas revoltas escravas,
o conjunto de pesquisas reunidas neste livro oferece um panorama
inédito do significado que o álcool e as drogas
tiveram na história do país.
Uso
de drogas: controvérisas médicas e debate público Mercado de Letras/Fapesp, 2007
Maurício Fiore
Tomando como referência falas e trabalhos de médicos
das principais instituições de pesquisa e atendimento
de São Paulo, esse livro analisa o debate público
sobre uso de “drogas” a partir de suas principais
controvérsias, como a classificação do
prazer e a Redução de Danos.
O livro de estréia do poeta traz um conjunto de poemas
que demonstram seu interesse pela poesia experimental, de procedência
visual e concreta, e que procuram levar adiante as intervenções
dos poetas experimentais brasileiros, agregando informações
novas provenientes da cultura pop e das novas mídias.
Langue
lounge. São Petersburgo, Eter Panji, 2003
Thiago Rodrigues
Pequeno livro que faz parte da coleção World Visual
Poetry, editada na Rússia e que reúne poetas de
todo o globo que exploram a visualidade e a poesia fora do verso.
O livro traz um conjunto de poemas que misturam idiomas (inglês,
francês, espanhol, português) em “peças
poéticas” de múltiplas decifrações.
Narcotráfico,
uma guerra na guerra. São Paulo, Desatino, 2003
Thiago Rodrigues
Esse pequeno livro tem como objetivo apresentar ao leitor não
especializado as principais questões colocadas pela política
internacional de proibição às drogas. Procura,
assim, apontar os inícios da Proibição (com
toda a força dos movimentos xenófobos e racistas
nos Estados Unidos e Brasil), sua disseminação como
modelo internacional para tratar do tema das drogas psicoativas
ilícitas, o despontar de uma importante economia clandestina
- o narcotráfico - e a formulação da doutrina
da guerra às drogas pelo governo dos Estados Unidos, o
modo de organização e operação das
principais organizações do tráfico de drogas
e as particularidades dos casos colombiano, boliviano e brasileiro.
Em suma, a obra busca levantar questionamentos sobre o modo contemporâneo
de lidar com o problema das drogas ilícitas, destacando
porque o proibicionismo é um fracasso do ponto de vista
de sua meta central (erradicar as drogas), mas um sucesso da perspectiva
do controle social e como instrumento para pressões políticas
internacionais.
Política
e drogas nas Américas. São Paulo, Educ/FAPESP, 2004
Thiago Rodrigues
Política e drogas nas Américas é a publicação em livro da dissertação
de mestrado em Relações Internacionais que Thiago Rodrigues defendeu
em 2001, junto ao Programa de Estudos Pós-graduados em Ciências
Sociais da PUC-SP. A obra divide-se em dois movimentos, sendo
que o primeiro - Proibições - investiga a emergência das políticas
proibicionistas no início do século XX em países como os Estados
Unidos, Brasil, Colômbia, México e Argentina. Ainda nessa parte,
são destacados as procedências moralistas das leis antidrogas
e o movimento que as operacionaliza como instrumentos eficazes
de captura de indivíduos identificados pelos Estados como perigosos
ou nocivos à ordem social. Em seu segundo movimento - Tráficos
- o trajeto passa a reparar na construção contemporânea do narcotráfico
como uma questão de segurança internacional a mobilizar esforços
repressivos dos Estados americanos que são, em grande medida,
impulsionados pela doutrina da guerra às drogas estadunidense.
Em maior detalhe, são analisados os casos do desenvolvimento do
tráfico e da repressão a ele na Colômbia, Bolívia e Brasil dos
anos 1980 e 1990. Política e drogas nas Américas procura problematizar
a defesa internacional da postura proibicionista como a forma
única de lidar com a questão das drogas psicoativas, tentando
apresentar as motivações políticas (simultaneamente de ordem interna
e externa) que fazem com que se sustente um inalcançável projeto
de erradicação de práticas sociais relacionadas às drogas.